
Enfadonho
O caos que é causado, os cacos que furam. Se desvirtuar no caminho, se pesar no que se deve leveza.
Estou num sono, sono profundo e o filme que passa em meus pesadelos é correr sem fim numa estrada que não me leva a lugar nenhum, tenho peso nos pés e a jornada fatigante me faz cogitar a desistência. Quero acordar e não consigo, penso na dor do viver e acho melhor estar adormecido mesmo que os infinitos pesadelos me devorem aos poucos.
Há os que perguntam o motivo da dor e dizer que o medo da vida e seus acasos é o espinho da minha carne, se torna motivo de perplexidade dos ouvintes curiosos que amenizam sua dor por conta de uma muito maior que os cerca cegando lhes os olhos para empatia.
Num cenário em que todos tem pedras nas mão prontos para ver os destroços alheios é recíproco o sentimento que enche os corações.
Mal sabem que ter medo da vida vem pelos que a vivem e fazem daqui uma viagem enfadonha e difícil, mas me pego cogitando a fuga e me alivio em saber que cada um sabe o destino da passagem e só aos tripulantes cabe essa missão de como fará e chegará, não a mim simples espectador que especula sem intromissão. Não nos devia afetar tanto o que pensam da nossa viagem
- O medo está aliviando, respirar fundo é um desafio e me falta o ar. A tempestade de pensamentos se acalma e sinto uma força dentro de mim me impulsionar a abrir os olhos. Realmente... Há esperança fora dos sonhos.